segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ato em cerimônia no Maracanã foi para atingir Feliciano, diz dançarino


Não são só vinte centavos, grita a multidão que protesta nas ruas contra o transporte público e a corrupção no país. Tampouco é somente a causa gay que o ator e diretor teatral Alex Tietre quis defender quando ergueu, na cerimônia de encerramento da Copa das Confederações, no último domingo (30), no Maracanã, uma faixa dizendo que "Ser gay é Mara, aberração é o preconceito". Segundo ele, o trocadilho que cita a frase de Mara Maravilha a um programa de TV, para quem a homossexualidade seria uma "aberração", foi a forma encontrada para atingir o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Marcos Feliciano.
"Fico indignado que um representante nosso, de todos os brasileiros, tenha a ignorância de criar um projeto desses (sobre a cura gay). É desrespeito ao ser humano. É inadmissível que as pessoas aceitem que ele ocupe este cargo", disse o ator de 35 anos.
Artista de uma companhia curitibana de teatro, ele abraçou a oportunidade do grupo e se apresentou no Maracanã como voluntário da Copa das Confederações. Nos ensaios, veio a ideia de protestar. Uma espécie de extensão das manifestações que continuam acontecendo nas ruas, mas de maior proporção. A escolha do tema não foi fácil. "Se eu tivesse que falar tudo o que o Brasil precisa melhorar, teria que fazer uma bandeira do tamanho do Maracanã", disse.
Não teria espaço, nem tempo para isso. A bandeira, aliás, foi um presente que ganhou um dia antes da cerimônia. Nela, escreveu a frase que havia pensado há alguns dias para brincar com a situação. Durante a apresentação, escondeu o rosto para se preservar. Mas alguns amigos que sabiam o que vinha pela frente, divulgaram a identidade. Alex não pôde se esconder e resolveu erguer a bandeira também no sentido figurado.
"Nunca ergui a bandeira gay, mas sempre me manifestei. Algumas pessoas podiam achar que era só uma bicha louca querendo aparecer, mas sempre me manifestei. Depois que entrei como voluntário vi que não valia a pena porque rola tanto dinheiro e não fazia sentido eu ali. Se protestasse lá fora, seria mais um. Lá dentro, atingi um número bom de pessoas".

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